terça-feira, 3 de janeiro de 2017

35 anos

Há pouco tempo uma amiga me perguntou se eu penso em ter filhos, e essa pergunta ficou ecoando em minha mente... não pela dúvida sobre a maternidade, mas sim porque eu não tenho mais tempo para dúvidas, e isso me fez refletir sobre toda a minha vida.
Estou prestes a completar 35 anos e, durante esse tempo, vivi muitas coisas, mas deixei de viver as mais intensas, por puro medo; sobre a maternidade em si, por ter sido criada sem pai, com uma mãe superprotetora, valente, forte e amorosa, eu sempre me imaginei mãe, mas sem um pai para meu filho... conforme fui amadurecendo, passei a crer que eu deveria poder assumir todas as necessidades de um filho, tanto financeiras quanto emocionais, caso fosse necessário, mas entendi que uma figura paterna é importante sim, e foi aí que o sonho da maternidade ficou mais distante, pois nenhum homem com quem eu me relacionava eu julgava ser bom o bastante para ser pai de um filho meu, pois precisava ser perfeito; assim sendo, para decidir ser mãe, eu queria estar num relacionamento estável, com um homem respeitável e que tivesse o mesmo comprometimento com a paternidade que eu tenho com a maternidade, que tivesse a mente aberta para educar essa criança da melhor forma possível e que, mesmo que o relacionamento comigo não desse certo, continuasse a ser um bom pai! Resultado: O cara nunca era bom o bastante! Aos 35 anos eu vejo que não tenho mais tempo para conhecer alguém, entrar num relacionamento sério, confiar no cara nessa profundidade que preciso, encaixar um bebê na minha rotina tão corrida... não tenho mais tempo! Agora eu entendo que a resposta não é que eu ainda não tenho filhos, mas sim, que eu não tive filhos.
Depois de entender esse passo sobre a maternidade, comecei a pensar em outros aspectos da minha vida nesses 35 anos... o que eu fiz de concreto? O que eu ainda pretendo fazer de concreto? Bom, eu estudei, eu me preparei e me dediquei para um futuro, fui filha, irmã, sobrinha, neta, tia, amiga... fui namorada, algumas vezes, e esposa informal, uma vez. Sempre quis ser correta, tanto por mim quanto pelos outros, quando entendi que pessoas me usavam como exemplo... ou seja, não me permiti errar, ousar, falhar, e isso foi tão cruel para mim! Nunca tomei um porre, nunca fumei, nunca usei nenhum tipo de droga, nunca passei a noite fora sem dizer onde eu estava, nunca fiz algo ilegal. Trabalhei na mesma empresa durante toda a minha vida adulta até então, sempre procurei fazer o bem para o próximo, e sempre cuidei de todos ao meu redor, colocando a felicidade dos outros acima da minha.
Agora, após 35 anos, eu me pergunto o que eu fiz por mim, pela Mariana; eu abri mão do grande amor da minha vida por medo, porque não confiei na vida; eu aturei muito assédio moral onde eu trabalho, por tantos anos (claro, alguns períodos piores, outros melhores, quase bons), por medo de sair e procurar outra coisa, por acomodação... por medo, novamente. Eu fui ansiosa minha vida toda, afinal de contas, eu tinha que ser forte, eu não podia falhar... eu comi minha ansiedade e meus problemas, eu coloquei minha saúde em risco por conta disso, e a obesidade veio como consequência, e o que é mais louco, é que eu gostei dela! Por ter sofrido abuso quando criança, e alguns assédios nojentos durante a adolescência, eu não gostava do meu corpo no peso ideal, pois ele chamava atenção de seres nojentos, que não tenho como chamar de “homens”, e percebi que, num corpo obeso, o que prevalece sou eu, e só chamo a atenção de homens de verdade, que colocam a minha pessoa acima do meu corpo. Eu tive alguns relacionamentos, e o que é mais incrível é que os namorados que eu cuidei mais, que eu amei mais, após terminarem comigo, se casaram com a próxima mulher que encontraram... o que isso significa, além de que eu não sou boa o bastante pra ser esposa? Ser uma mulher forte chama a atenção, num primeiro momento, mas quando os homens percebem que eu não serei subjugada, acabam me considerando desinteressante.
Estou exatamente num momento desses agora... o homem que eu decidi amar e tomar como marido foi embora, alegando coisas que não fazem tanto sentido, para mim... ele foi embora para o outro lado do mundo, e me avisou de sua partida apenas 5 dias antes de ir, sem me dar o tempo necessário para digerir a informação, e agora ele me contou que vai se casar em breve, num casamento arranjado, como manda a sua tradição cultural, também sem me dar tempo para digerir a informação, e como se eu nada fosse. Por que eu estou passando por isso? Por que eu estou me permitindo sofrer novamente?
Depois de 6 meses que ele partiu, eu me permiti entrar em contato com alguém que balançou o meu mundo, antes de eu entrar nesse casamento... eu cri que talvez isso fosse algo gostoso de reviver, e quando o vi, entendi que ele é especial sim, mas que não é um companheiro.

Agora eu estou frente a frente com uma decisão que pode mudar todo o rumo da minha vida... se eu optar por isso, não sei o que me espera à frente... se eu desistir, continuarei a minha vida segura e sem significado de sempre; e aí, ainda terei medo de viver? Por que será que eu desejo tanto a morte?

terça-feira, 31 de março de 2015

CASAMENTO... SOB O ESTRANHO PONTO DE VISTA FEMININO!

Sabe aquele momento em que a gente para e tenta entender o todo pelo que passamos, e percebemos que cada vez mais entendemos menos? Pois é...

Aquele Primeiro Amor nos faz crer que é tão bom... mas ao mesmo tempo, as dúvidas surgem... "O que será que o mundo ainda tem reservado pra mim?", "Será que pode ser melhor que isso?", ou ainda o famoso "Mas eu não deveria conhecer outras pessoas antes de me decidir?"

Então desejamos correr o risco e enfrentar o mundo que, com certeza, nos reserva grandes possibilidades... e realmente, acabamos vivendo experiências diferentes, paixões avassaladoras, arremedo de amores, apenas sexo, às vezes... do bom... ou não! E passamos anos nessa busca.. até que nos damos conta de que muito tempo se passou, de que nossos sonhos de construção de família precisam ser realizados, ou esquecidos; só então olhamos o que temos... um Primeiro Amor verdadeiro... que passou, e que não nos pertence mais... um punhado de pessoas que passaram por nossas vidas, sendo que algumas poucas deixaram marcas ruins, duas ou três deixaram marcas boas, e a maioria delas simplesmente não deixou marca alguma... e uma casa vazia, quando chegamos. Então entendemos que a pessoa certa aconteceu sim... lá atrás, e acreditamos, de tanto ouvirmos por aí, que deveríamos conhecer outras pessoas... hum...

Então decidimos olhar pra frente; incrível perceber que aquele cara que nos tirou o sono, roubou nosso ar, nos deu um sexo incrível, fez com que nos sentíssemos mulher... foi um ótimo caso, talvez uma paixão, mas não é o homem que queremos ao nosso lado, para dividirmos nossa vida. Queremos aquele que cuida da gente, que segura nossa mão, que nos manda mensagem para saber se estamos bem, aquele que senta conosco em momentos difíceis, seja para nos ouvir, seja para colocar as contas da casa no papel e organizar as finanças, queremos aquele que nos acompanha em momentos com família, sejam bons ou ruins, que nos apoia... aquele com quem brigar também, discutir a relação, chorar, decidir terminar, e aquele abraço durante a noite, mudar tudo... mesmo que não haja o fogo da paixão, mesmo que não seja o cara mais bonito, mesmo que o sexo seja até medíocre.

Então nos casamos (ou algo como isso), e então percebemos que a vida muda... a nossa vida social, ao menos a maior parte dela, passa ser em casal... saídas em casal, jantares na casa de casais de amigos, coisas em família, ou apenas a dois... mas e aquela nossa vida de mulher solteira e independente, onde ficou?? Quando saímos com amigas, ficamos pensando em nosso companheiro, em casa... quando ele sai com amigos, ficamos ansiosas para vê-lo chegar. 

E é isso... esse é o momento da decisão: Qual vida queremos para nós? A vida de "Mulher madura, independente, solteira e sem compromissos", ou a de "Mulher esposa e mãe"??

Estou me decidindo... e desejo boa sorte àquelas que estão nesse momento também.

sexta-feira, 23 de maio de 2014

VIDA

E é assim... exatamente assim que tudo acontece.

Caminhos se confundem, portas se fecham, mesmo quando queremos mantê-las abertas, o mundo escurece... e assim, encolhida no escuro, não via nada, além de mais e mais escuridão... foi quando percebi que não era o mundo que estava escuro, mas meus olhos é que estavam fechados!

Não existe isso de colocarmos “alvos” em coisas, pessoas, objetivos... simplesmente focamos nessas coisas, e quanto mais se foca em algo, mais tudo ao redor se desfoca, e esquecemos que podemos mudar tudo, a qualquer momento... e que mais importante: deixemos a vida seguir, pois querer controlar tudo só traz a agonia da certeza de que nenhum alvo será atingido.

Não tenho mais “alvos”... tenho planos... alguns... e o mais interessante é que, para uns darem certo, outros necessariamente precisam falhar, ou simplesmente serem deixados de lado. Para qual eu estou pronta? Para todos! E que o melhor para mim seja encaixado em meu caminho.

E quanto a amores?? Lembranças ainda doem muito, daqueles que foram especiais, mas... escolhi o amor próprio! Bonito de se falar e de se escrever, difícil de se optar por ele. Escolho também o amor fraterno, pois nos piores momentos, pude perceber o amor leal dos meus amigos ali, sempre me apoiando. Ou seja, focar o meu amor em quem merece!

E quando for para ser, que seja alguém especial, que ame em mim aquilo que é invisível aos olhos...


E que venha a Liz... no melhor momento, da melhor maneira, e se for a melhor opção.

segunda-feira, 19 de agosto de 2013

EROS

Seu sorriso, seu cheiro, seus olhos vermelhos, um lágrima que insistiu em lhe escorrer do canto do olho direito...
O abraço, o beijo que tanto adoro, suas pernas grossas enroscadas às minhas, o peso do seu corpo sobre o meu...
A  sinceridade, a amizade, o companheirismo, o cuidado mútuo, cada qual o realizando do seu jeito... 
A chatice, a ranhetice, a pequena discussão e alguma irritação...
Quero saber, quero aprender a colocar isso tudo dentro de uma caixinha de cristal e guardar dentro do meu peito, como o Amor que aconteceu e que vivi, e que não pôde superar a distância e os objetivos diferentes...
AMO você, meu Anjo, meu Protetor... Amo com não soube amar até hoje, um amor com pouca Paixão, um amor puro, que deixa partir.
Por favor, guarde-me em você como o guardarei em mim. Sigo agora mais madura, mais mulher, menos sonhadora, e um tantinho menos feliz, mas quem disse que a felicidade é desse mundo?
Mais que a você, amarei apenas a pequena Liz, que por mais que nada tenha seu, sempre será um pouco sua também.
 
(19/08/2013)

sexta-feira, 12 de abril de 2013

FODA

Foda é lutar pra “chegar lá” e quando o “lá” chega, pensar: “é isso mesmo que eu quero?”

Foda é passar 1 ano acreditando amar alguém e, quando passar o braço em volta da pessoa, pensar: “esse sentimento é um misto de carinho, com um cuidado maternal, que é meu mesmo, e tesão... nunca perto de amor”

Foda é lutar pra sentir mais do que sinto, mesmo quando sei que a outra pessoa tá bem em só “ir com a minha cara”... e o pensamento: “isso é ser “chapa”?” é inevitável.

Foda é não ter nenhuma inclinação a ser A FDP e viver de qualquer jeito, acordar cada dia numa cama diferente, mas às vezes me contentar em ser apenas “mais uma” na vida da pessoa que eu acreditava que seria um bom companheiro... o pensamento voa no “ele vai entender quem sou eu com o tempo”, muito embora saiba que não é verdade.

Foda é tentar doar todo o sentimento e carinho que ainda possuo para aquela pessoa, porque sei que, SE voltar a vê-lo, esse último suspiro de sentimento não haverá mais, e saber que ele não está entendendo que todo esse carinho é, na verdade, o final do desapego, o Amor que quero que ele leve com ele  e siga como uma proteção, pois não me pertence mais, e saber que o pensamento dele vaga no: “não posso mais vê-la porque ela sente mais do que diz”, ainda que a verdade seja o total inverso.

Mas, mais foda de tudo, é estar pronta pra compartilhar a vida e perceber que não há alguém com quem eu queira fazer isso... e o pensamento é um só: “DEUS, POR QUE ME FIZESTE TÃO CARINHOSA, TÃO AMOROSA, SE ME PRIVASTE O AMOR?”

sexta-feira, 15 de fevereiro de 2013

DESAMOR

Que coisa triste é o DESamor... o DESapego, o DESgostar, a DESOLAÇÃO!

Muito mais triste quando ocorre naturalmente, sem maiores traumas, sem brigas, sem raiva... pq a pessoa gradativamente deixa de fazer falta. Mas como era delicioso pensar que aquela pessoa poderia estar ali, compartilhando o seu dia, que gostoso pensar nela o dia todo... e que estranho é quando naturalmente esses pensamentos rareiam...

E a ausência deixa um vácuo, que tem que ser preenchido, insubstituivelmente, com amor próprio... ah, e quando esse tal de amor-próprio surge, tudo o que ele quer fazer, debochando de nós, é incinerar aquele pedacinho ao qual ainda nos agarramos... aquele nadinha de alguma coisa que existiu, ou que apenas sonhamos que existiu! Aquele calorzinho de gostar de alguém é muito bom, até quando a pessoa em si não o é... pq a alegria é nossa, que sentimos, não do outro, que talvez nem mereça...

Se esse amor-próprio irritante permitir (ou se eu apenas conseguir esconder dele), ainda vou guardar aquele pedacinho... naquele calorzinho interno... o sorriso, o abraço sem igual, o jeitinho diferente do meu de falar, a cara de bravo, o sentimento de segurança, o sussurro ao pé do ouvido, o enlace do seu corpo no meu, o som da sua voz me chamando de “Anja Doce”, e o que mais houver de gostoso, pra reviver em momentos difíceis... eu AMEI, e isso, meu Querido A...njo, essa alegria... nada e nem ninguém pode tirar de mim, por mais que tente!

segunda-feira, 21 de janeiro de 2013

URGÊNCIA!

O mundo voa, coisas boas e ruins acontecem o tempo todo, em todos os lugares... infelizmente mais coisas ruins que boas, e tento enaltecer o que há de bom, o que há ainda de luz no mundo.

Ainda assim, há algo me incomodando bastante... sinto uma necessidade, uma real urgência que algumas coisas aconteçam da forma que espero, e que aconteçam já! E não necessariamente para que minha ansiedade se esvaeça, mas essa urgência predomina quando percebo o sentimento se desfazendo, aquela ansiedade gostosa indo embora, a ilusão morrendo.

Sinto-me extremamente real, humana... não gosto disso! Gosto de sonhos, fantasias, mundos paralelos! Gosto de crer que existem mais pessoas bem intencionadas no mundo e que, mesmo aquelas predominantemente más, ainda teem a chama do Amor Maior dentro de si; gosto de crer que Amo verdadeiramente (detesto quando me coloco em cheque em relação a isso), e que o sentimento ofertado a esse Feliz Escolhido é entendido em sua essência.

Que acontece comigo agora? Estou experimentando uma amarga realidade, e deixei meu mundo de unicórnios de lado, ou é apenas meu inferno astral tentando me fazer acreditar que não vale a pena??