segunda-feira, 2 de julho de 2012

CAMPO DE BATALHA

Ao conhecer você, minha vida era amena, tranquila. Quando você surgiu, trouxe uma felicidade e vontade de viver cada momento, um sorriso ao despertar, uma esperança no futuro, tão intensos, que desequilibrou essa tormenta que é a Vida... logo, a Vida se personificou, e resolveu cobrar de nós um pagamento justo por tanta felicidade, enquanto o mundo se deteriora.

Em poucos instantes, vimo-nos num campo de batalha; de um lado, nós dois, do outro, as artimanhas da Vida, como o Tempo, a Distância, o Dinheiro, o Ciúme, a Insegurança, o Talvez e tantos Poréns... eu empunhei uma espada em uma das mãos e olhei para você e, ao me dar conta que você se "armou" apenas com dois escudos, senti que eu deveria lutar com mais garra, e empunhei uma segunda espada, e nenhum escudo.

Tão logo a grande batalha se iniciou, feri alguns combatentes, e sangrei pelas suas espadas, mas percebi que os golpes que mais me debilitavam eram desferidos por escudos... baques dos SEUS escudos que, no seu desespero pela proteção, acertaram-me em cheio; logo você deixou seus escudos caídos ao chão, virou-se e começou a se afastar... a batalha cessou... perdemos sem realmente lutarmos; ainda o chamei de volta algumas vezes, mas você não se voltou para mim, abandonando-me no campo de batalha, sozinha, ferida, e empunhando ainda as duas espadas.

Estava, nesse momento, ferida e sangrando, mas muito mais ferida pelos golpes dos seus escudos, que pelas espadas dos representantes da Vida.

Quando percebi que chamar e gritar não o trouxe de volta, entendi que teria que curar sozinha esses ferimentos... soltei uma das minhas espadas (a da mão esquerda, pois a destra luta melhor, e deve sempre empunhar uma espada) e tomei um de seus escudos, que estava ao chão. Obrigada por deixá-lo no campo de batalha! Entendi que, por mais que doa, e que a vontade fosse lutar até o fim, sozinha, não há batalha, então sigo em frente, levando agora uma espada e um escudo (que você me ofertou). Espero ter a honra de encontrar um outro Guerreiro, que também empunhe uma espada e um escudo, para batalhar ao meu lado, como sonhei, um dia, que você faria. Infelizmente, essa é a realidade, e parto agora com feridas que hão de cicatrizar, eu creio.

Eu nasci Guerreira, não posso mudar minha essência. Você, talvez, tenha nascido Príncipe e, definitivamente, não sou sua Princesa, mas sim, uma destemida Guerreira.

Vá, querido Príncipe, e leve consigo minha fragilidade... não posso tê-la comigo, para não sucumbir na próxima batalha com a Vida.

E... seja feliz para sempre!
(25/06/2012)

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